Felgueiras capital do calçado e muito desemprego

Felgueiras é responsável por metade das exportações nacionais de calçado, mas é um dos concelhos com maior subida do desemprego nos últimos cinco anos. A perda de competitividade face às economias emergentes da Ásia e do Leste da Europa abalou nesses anos mais fortemente a economia do concelho. O pico do desemprego, confirmam-no as estatísticas, aconteceu em 2005, com 4842 inscritos. O choque da globalização, que levou à perda de mercados e obrigou a um “redimensionamento das empresas”, revelou-se um problema sério para o emprego em actividades, como o calçado e os têxteis, que se desenvolveram com recurso a mão-de-obra intensiva.
Os Censos de 2001 mostravam que o sector ocupava dois terços da mão-de-obra, um peso que, apesar do encerramento de algumas unidades fabris que entretanto ocorreu, se traduz na produção de 250 mil pares de sapatos, metade das exportações nacionais de calçado. Segundo a CGTP 82% dos trabalhadores por conta de outrem dedicavam-se ao calçado, têxtil, vestuário e construção civil. Quase 12 mil no calçado e curtumes, mais de 1200 no têxtil e vestuário. Os dados apresentados em fins de Janeiro mostram-nos 3944 desempregados: 1627 inscritos no centro de emprego tinham perdido o trabalho nas indústrias de couro, onde se inclui o calçado, 316 da industria do vestuário e fabricação de têxteis, 230 do comércio por grosso e a retalho e finalmente 210 da construção.